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Sentar e Sentir no Festival Concentro 20 há 28/11/2020

A 7ª edição do Festival Concreto, ocorreu entre os dias 20 e 28 de dezembro de 2020, no bairro Jangurussu, conjunto Sítio São João, no residência José Euclides. Para não deixar de acontecer, meio a uma pandemia mundial, instaurada no mês de agosto, toda a organização se adequou a essa nova realidade, respeitando todos os critérios sanitários estabelecidos pelo Estado. Não se trata de terapia, mas, de desenvolver o humano (a empatia) por meio de processos de escuta e fala. Eu também me coloco na ação, falo dos meus problemas, das minhas questões. Quando, por exemplo, uma das mulheres relatam a relação de abuso que vivem dentro de casa com seus maridos, eu relato sobre minhas experiências com meu pai que também foi um homem abusador. Quando uma criança relata sobre seus desenhos favoritos, e ensaiam uma análise desse desenho, falando sobre o destino de cada personagem, além de aprender com isso, eu também falo dos desenhos animados que via na infância e o que aprendi com eles. Para finalizar, penso que as performances com características relacionais, irão, no período de pós-isolamento social, ajudar bastante no processo de reanimar as interações humanas. Eu pretendo, continuar com essas performances pois acredito que a cada ação, eu cresço mais como ser humano por ter acesso a tantas histórias, de tantas pessoas diferentes. Por mais que o Festival se caracterize pelas ações em Artes Visuais: grafites, pinturas artísticas em murais, notamos que a programação se expressa de modo muito mais amplo com ações em: oficinas, cine-debates, rodas de conversa, instalação de uma midiateca móvel, performances urbanas, e Saraus. Desta forma, o Festival acaba se caracterizando não só por desenvolver espectadores visuais, por meio dos desenhos que são desenvolvidos através do grafite, mas, buscam também, estimular o envolvimento do público de modo geral, fazendo com que eles possam agir, interagir e participar de ações que potencializem o festival. Foi neste contexto em que, no dia 28, último dia do Festival que eu decidi acionar a performance relacional: “Sentar e Sentir, MicroUniverso de Afetos” que venho desenvolvendo desde 2016. Essa performance cria uma espaço de diálogo na rua, no qual, a relação entre performer e participante são os elementos básicos que compõe a ação. O público que mais se destacou, e isso foi inédito em todas as vezes que acionei a performance, foram as crianças. Pude conhecer um pouco mais do universo infantil dos jovens daquele residencial (José Euclides). Muito curioso como o discurso é revelador de identidade, de geografias, de mapas existenciais; na fala das tantas crianças que passaram pela performance, pude me conectar a realidades diversas, cheias de simbologias, fantasias e ludicidades. Também passaram pela performance algumas mulheres, mães de algumas crianças que estavam no local. Acharam curioso seus filhos e filhas participando da ação e decidiram bater um papo comigo. No geral, a performance consegue criar um espaço catalizador de experiências, onde, tanto performer quanto participantes se beneficiam.

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